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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

CUIABA EM POESIA (PARTE 3)

 ENVIADO POR DEIVISSON SANTOS


O baiano Rubens Mendes de Castro faleceu em Cuiabá. Foi um dos melhores poetas mato-grossenses. Tinha preferência por quadras e com elas se imortalizou embora a morte não tenha permitido a sua posse na Cadeira n º 3 da Academia Mato-grossense de Letras, para onde foi eleito em 1997. Nos Primeiros Jogos Florais de Cuiabá, disputou com várias quadras. Conseguiu o primeiro lugar com:
 
"Cuiabá nos diz sorrindo,
Mostrando a porta da rua:
Meu filho, seja bem-vindo,
Pode entrar... a casa é sua"!

Ficou em sexto lugar com:

"Doce murmúrio de fonte,
Linda poesia a bailar...
- Cuiabá! O rio... a ponte,
Meu Sol... meu chão... e meu lar"!

Nos versos de "A Cuiabá Pátria do Meu Coração", o poeta Benedito Sant’ana da Silva Freire manteve o seu tradicional estilo, embora estivesse ainda na fase inicial do seu Modernismo. Conseguiu ligar a beleza de Cuiabá com o mar num poema que ele transformou em hino de saudade do jovem que havia deixado a terra natal para estudar no Rio de Janeiro, como era comum naquela época:
"Feliz de quem zarpa pelo mar,
Como o jangadeiro,
O nordestino cheio de ilusões,
Que tem nas vagas bravias
A esperança de ser levado a um porto seguro...
Que tem no sal das ondas do mar
O consolo amigo para seu pesar...
E que vê no cristal das areias das praias,
- Tal como um cisne solitário
Espanejando as níveas plumas,
A silhueta querida de quem fica...

Feliz de quem zarpa pelo mar,
E segue balouçando por sobre as ondas
Numa eterna infância de poeta,
Numa infinita presença de vida.

Feliz de quem zarpa pelo mar,
E não vê e nem sente,
Fugindo no reflexo das asas do avião,
- Como lágrimas coloridas de saudades,
A paisagem verde e colonial
Da terra em que nasci"!

Entre os expressivos nomes de Modernismo mato-grossense destaca-se o médico Ivens Cuiabano Scaff, autor do livro "Uma Maneira Simples de Voar". Ele escreve poemas de amor a Cuiabá até em receituário. "ABC de Cuiabá" é um exemplo. Foi composto para uma estudante, cujo nome ele esqueceu, recitar na escola.
"Com a letra C de Cuiabá
Escrevo também Chapada, Cerrado e Coxipó.
Pego o U das usinas dos nossos avós usineiros
Das ubás dos bisavós canoeiros
E convido a Uiara pra uma festança.

0 I eu uso duas vezes no piqui
Três vezes no siminina
Que se ouve só aqui.

O B de todos os bairros,
Baú, Bosque, Barcelos,
Compõe também a palavra bem querer

O primeiro A é de Antiga
O último é simplesmente o início
da simples palavra Amor".



Fonte: Pesquisa de Pedro Rocha Jucá
DA LINGUAGEM CUIABANA

Livro Virtual
EDITORA MEMÓRIAS CUIABANAS

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