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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

CUIABA EM POESIA (PARTE 2)

ENVIADO POR DEIVISSON SANTOS

Algumas EXPRESSÕES REGIONAIS por Antônio Arruda:

 
Em todas as manifestações da cultura mato-grossense está a presença magistral de José de Mesquita, um dos seus maiores nomes em diversas escolas literárias. Ele dedicou "Civitas Mater" à sua amada Cuiabá dentro dos padrões tradicionais de qualidade e esmero, exaltando a histórica da Vila Real do Senhor Bom Jesus:
"Meu carinho filial e meu sonho de poeta
Vêem-te, ó doce cidade ideal dos meus amores,
Em teu plácido vale, entre colinas, quieta,
Como um Éden terreal de encantos sedutores.

Tuas várzeas gentís estreladas de flores
Sagram-te do sertão a Princeza dileta
E o Sol te elege, quando, em íris multicores
Na esmeralda dos teus palmares se projeta.

Nenhuma outra cidade assim à alma nos fala,
Dos teus muros senis a tradição se exala
E a nossa História inteira em teu brasão reluz.

Ainda hoje em teu ambiente, ó minha urbe querida,
Paira dos teus heróis a sombra estremecida
- Nobre Vila Real do Senhor Bom Jesus"!

Rubens de Mendonça tornou-se conhecido como um dos maiores historiadores de Mato Grosso, mas é um dos pioneiros da poesia no Modernismo mato-grossense. Foi o poeta que mais se inspirou na Capital mato-grossense. "Lenda Cuiabana", "Saga da Cidade Natal" e "Alavanca de Ouro" são de sua autoria. Com o título "Cuiabá", foram dois poemas. Num deles, modernista, diz que "O Bandeirante calçou a bota de sete léguas/ E foi invadindo o sertão bruto. /Espantando onças, cobras, jacarés! Por onde passava ia deixando no caminho sementes de cidades...". Mas, no soneto "Cuiabá", com o maior esmero, ele reuniu as escolas literárias conhecidas para descrever o seu amor à terra natal:
"Gloria a ti Canaã do audaz Pascoal Moreira
Que escreveu a maior epopéia da história,
Quando um dia ao partir à frente da bandeira
De "Tordesilhas" rompe a linha divisória...

Ave! A ti Cuiabá, terra boa e altaneira!
Que te importa dos maus a fúria transitória,
Se podes orgulhar a Pátria Brasileira
Ostentando imortal - um passado de glória!...

Glória a Miguel Sutil! Glória, pois aos teus filhos,
Que na guerra ou na paz desconhecem empecilho.
Glória ao teu ouro bom - glória ao teu céu azul!

Bendita, sejas tu, ó minha terra amada...
Tu que és do meu Brasil a pérola engastada
- Em pleno coração da América do Sul".

Em "Cuiabá", o jornalista Carmindo de Campos concentrou uma forte emoção. Os seus versos são simples mas alcançaram rara popularidade, pois exalta todo o encanto da “Cidade Verde”. O seu autor nasceu em Cuiabá a 28/05/1898 e nela faleceu a 28/05/1973:
"Cuiabá, minha velha e lendária cidade.
Você está remoçando...
Está ficando mais bonita ...
Está ficando mais, muito mais, catita.
Se Pascoal Moreira Cabral visse você agora,
Garanto, não ia mais embora,
Nem Pires de Campos, nem outro bandeirante,
Porque você minha velha, está fascinante!

Você bem merece a liderança
Desse velho e valente Mato Grosso.
Você tem um quê que prende a gente.
Você, minha velha, é um colosso!...
Tudo em você, tudo, recende a Brasil.
Seus morros, seu rio piscoso, o céu de anil.
Seu rio é seu pai, e igual não há.
Foi ele quem lhe deu esse nome poético: Cuiabá!

Oh minha cidade linda, não sei porque,
Quando sinto imensas saudades de você
Sinto saudades do pacu, do bagre, da piraputanga,
Do licor de pequi, doce de caju e da manga!
Sinto saudades desse calor sadio,
Que às vezes é melhor, muito melhor que o frio!
Oh minha cidade linda, que igual não há:
Oh minha velha e idolatrada Cuiabá"!

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