CNBB sai em defesa de Dilma e ataca Cunha
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Para a comissão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, presidente da Câmara agiu por interesse pessoal; na noite de quarta, Cunha acatou o pedido de impeachment contra Dilma
A Comissão Brasileira de Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criticou nesta quinta-feira (3) o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que autorizou a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em nota, a CNBB questiona os motivos que levaram o deputado a aceitar o pedido de abertura do processo.
Com “imensa apreensão”, a comissão da CNBB afirma que a atitude de Cunha “carece de subsídios que regulem a matéria” e que a sociedade está sendo levada a crer que “há no contexto motivação de ordem estritamente embasada no exercício da política, voltada para interesses contrários ao bem comum”. Por fim, para a comissão, Cunha agiu por interesse pessoal.
A entidade católica, que participou de uma manifestação pela ética na política na época em que o então presidente Fernando Collor enfrentou processo de impeachment, afirma no comunicado que “o impedimento de um presidente da República ameaça ditames democráticos, conquistados a duras penas”.
“Que autoridade moral fundamenta uma decisão capaz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo? […] É preciso caminhar no sentido da união nacional, sem quaisquer partidarismos, a fim de que possamos construir um desenvolvimento justo e sustentável”, acrescenta a comissão da CNBB.
O anúncio da aceitação do pedido de abertura do processo de impeachment foi feito no fim da tarde de quarta-feira (2) por Cunha. Poucas horas depois, Dilma fez um pronunciamento no qual declarou não ter contas no exterior, nem que participa de “barganhas” com o Congresso.
Cunha, que quando anunciou ter aceitado o pedido de abertura do processo disse não estar feliz por tomar a decisão, rebateu as declarações da presidente. O presidente da Câmara declarou que Dilma “mentiu à nação” quando disse que seu governo não barganhava com o Congresso.
Uma comissão especial formada para analisar o processo terá seus membros anunciados nas próximas horas. Serão 65 deputados, representando todos os partidos da Casa. Desde o início desta tarde, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) lê o pedido aceito por Cunha e apresentado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr e Janaína Paschoal.
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