Culto aos Mortos
Celina Missura
Ronildo da Silva
O culto aos mortos remonta às
origens do próprio homem e sempre esteve presente nas grandes religiões.
Inicialmente, estava ligado aos cultos agrários e de fertilidade. Os antigos
acreditavam que, como as sementes, os mortos eram enterrados com vistas ao
próprio renascimento.
Sentimento universal
Segundo a professora e psicóloga
Maria Helena Bromberg (Puc-SP), “a morte é um grande desorganizador cultural e
a cultura encontra respostas por meio de rituais”.
A visita ao cemitério, após o
sepultamento de um familiar, passa a ser uma necessidade humana na elaboração
do luto e é uma referência afetiva. No cemitério estão depositadas as
lembranças, histórias, saudades daqueles que se foram. Portanto, ele se torna
culturalmente um espaço significativo, que garante a perpetuação da memória do
ente querido, anima a fé, suscita reflexões e questionamentos existenciais,
conforta.
Além disso, os cemitérios
guardam verdadeiras obras de arte a céu aberto.
O cemitério cristão
A peregrinação até ao cemitério
(“campo santo” para muitos) confirma a promessa de fé na ressurreição e a
garantia de que, aqueles que morreram, continuam vivos pela força da
ressurreição de Jesus. Nele, especialmente no dia de finados, encontramos
alguns símbolos muito utilizados por nós, cristãos, tais como: velas, flores,
cruzes.
O sentido das velas é muito rico
e está ligado ao nosso batismo e, conseqüentemente, ao nosso ingresso à fé,
crença no projeto de Jesus Cristo. Quando fomos batizados, nossos pais e
padrinhos receberam do celebrante uma vela e, no momento do batismo, eles
disseram: “Receba a Luz de Cristo!”. A partir de então, fomos inseridos na comunidade e nos tornamos
herdeiros da fé. Assim, quando acendemos velas para nossos entes queridos, que
já partiram, estamos reafirmando nossa própria fé e a esperança na vida eterna,
assim como, acreditamos que eles já gozam e brilham na eternidade.
As flores têm outro simbolismo.
Expressam variados sentimentos, a começar pela dor, por causa da perda
(distância) do ente querido, saudade e, conseqüentemente, muita tristeza. E, ao mesmo tempo, elas simbolizam também
carinho, alegria, saudade e esperança de que um dia vamos nos reencontrar na
vida eterna.
Sobre os túmulos, ou fincadas em
locais onde um cristão foi encontrado morto (principalmente no interior do
Brasil), as cruzes simbolizam a fé cristã e a esperança de que o falecido
ressuscite e a certeza de que a vida não se acaba com a morte física! (Revista Mundo e Missão)
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