O Texto a seguir foi retirado do blog jornalístico "Fala Sério Mix"
Enviado por Deivesson Costa
Enviado por Deivesson Costa
O linguajar cuiabano é digoreste por VIVIANE PETROLI
"Com o passar dos anos, diferentes culturas vieram para a capital mato-grossense junto com seus emigrantes de outros Estados e uma delas é o linguajar, que aos poucos vem se misturando com o de Cuiabá.
"Siminino, Nhá cá chás criança, tchapa e cruz, vôte, demás de quente" são algumas das poucas palavras que até hoje escutamos pelas ruas de Cuiabá, independente se seja na região central ou ribeirinha da cidade.
Segundo o secretário adjunto da Secretaria Municipal de Cultura, Móises Martins, o linguajar cuiabano está quase que desaparecido, mas ele prefere dizer que está modificado.
"Com o passar dos anos, diferentes culturas vieram para a capital mato-grossense junto com seus emigrantes de outros Estados e uma delas é o linguajar, que aos poucos vem se misturando com o de Cuiabá.
"Siminino, Nhá cá chás criança, tchapa e cruz, vôte, demás de quente" são algumas das poucas palavras que até hoje escutamos pelas ruas de Cuiabá, independente se seja na região central ou ribeirinha da cidade.
Segundo o secretário adjunto da Secretaria Municipal de Cultura, Móises Martins, o linguajar cuiabano está quase que desaparecido, mas ele prefere dizer que está modificado.
Essa modificação no modo do cuiabano falar, se deve mais precisamente pelo processo migratório que a capital sofreu com a vinda dos paulistas, gaúchos, paranaenses, nordestinos, capixabas entre outros. “A migração ocorreu devido ao verdadeiro ‘El Dourado’ divulgado que era Mato Grosso”, explica Móises.
Motivos
Móises Martins também diz que há dois momentos que ajudaram para o fato de Cuiabá estar perdendo o seu modo de falar. Um deles é a enchente que ocorreu em 1974 e o outro é o processo de expansão da cidade. “Cuiabá é o refulgir de dois momentos. Primeiro a enchente de 1974 quando a cidade era totalmente ribeirinha, onde estava o reduto da cultura da capital. Com isso os ribeirinhos se expandiram pela cidade formando novos bairros. O segundo momento é quando Cuiabá passou pelo processo de expansão urbana, no qual o único bairro planejado foi o do CPA.”, diz.
Cidade modificada
Cuiabá antigamente tinha características coloniais que ajudavam a manter viva sua cultura e linguajar. Conforme o passar dos anos, a cidade foi se transformando, prédios foram surgindo e casarões foram sendo derrubados.
“Outro olhar sobre a cidade foi um fator que levou à modificação do nosso linguajar cuiabano. Hoje não se sabe distinguir se Cuiabá ainda é uma cidade colonial ou uma cidade moderna. Podemos ver prédios de vinte andares sem garagem, por exemplo, não ter garagem é coisa de antigamente”, conta Moises que ainda lembra o surgimento das Universidades que cada vez mais trazem estudantes de fora.
Revendo e Reciclando a cultura cuiabana
Moises Martins, recentemente, para trazer de volta a história de Cuiabá, lançou a segunda edição do seu livro “Revendo e Reciclando a cultura cuiabana”, onde aborda diversos temas sobre a cidade como a criação, o porquê do nome, divisão do Estado e um amplo glossário de aproximadamente mil palavras do linguajar cuiabano.
Mas a quem acredite que esteja mais vivo do que nunca
Para Pedro Rocha Jucá, autor do recém concluído livro virtual ‘Da linguagem cuiabana’, o linguajar cuiabano está mais vivo do que nunca. “Vejo o linguajar por outro ângulo. Ele está mais vivo do que se pensa. Durante o seu processamento, ao longo de séculos, ninguém percebeu que se construía uma linguagem própria, que ficou cristalizada no passado, na sua origem”.
Motivos
Móises Martins também diz que há dois momentos que ajudaram para o fato de Cuiabá estar perdendo o seu modo de falar. Um deles é a enchente que ocorreu em 1974 e o outro é o processo de expansão da cidade. “Cuiabá é o refulgir de dois momentos. Primeiro a enchente de 1974 quando a cidade era totalmente ribeirinha, onde estava o reduto da cultura da capital. Com isso os ribeirinhos se expandiram pela cidade formando novos bairros. O segundo momento é quando Cuiabá passou pelo processo de expansão urbana, no qual o único bairro planejado foi o do CPA.”, diz.
Cidade modificada
Cuiabá antigamente tinha características coloniais que ajudavam a manter viva sua cultura e linguajar. Conforme o passar dos anos, a cidade foi se transformando, prédios foram surgindo e casarões foram sendo derrubados.
“Outro olhar sobre a cidade foi um fator que levou à modificação do nosso linguajar cuiabano. Hoje não se sabe distinguir se Cuiabá ainda é uma cidade colonial ou uma cidade moderna. Podemos ver prédios de vinte andares sem garagem, por exemplo, não ter garagem é coisa de antigamente”, conta Moises que ainda lembra o surgimento das Universidades que cada vez mais trazem estudantes de fora.
Revendo e Reciclando a cultura cuiabana
Moises Martins, recentemente, para trazer de volta a história de Cuiabá, lançou a segunda edição do seu livro “Revendo e Reciclando a cultura cuiabana”, onde aborda diversos temas sobre a cidade como a criação, o porquê do nome, divisão do Estado e um amplo glossário de aproximadamente mil palavras do linguajar cuiabano.
Mas a quem acredite que esteja mais vivo do que nunca
Para Pedro Rocha Jucá, autor do recém concluído livro virtual ‘Da linguagem cuiabana’, o linguajar cuiabano está mais vivo do que nunca. “Vejo o linguajar por outro ângulo. Ele está mais vivo do que se pensa. Durante o seu processamento, ao longo de séculos, ninguém percebeu que se construía uma linguagem própria, que ficou cristalizada no passado, na sua origem”.
Ele ainda diz que “quando houve o confronto mais próximo e mais amplo com o português culto, alguns preferiram não usar a linguagem ‘carregada’ do cotidiano. Depois, veio a expressão mais forte do costume, uma espécie de afirmação como identidade histórica de um povo que aprendeu a viver sozinho no isolamento geográfico”.
Segundo Pedro o linguajar cuiabano ou linguagem cuiabana, como prefere dizer, continua tendo forças e cada vez maior, pois diz que nos últimos trinta anos foi alvo de pesquisa e estudos que mostram a sua importância para a língua portuguesa. “Os Lusíadas, de Camões, estava nas bibliotecas particulares de Cuiabá e foram encontrados rabiscos dele em paredes, com uma manifestação de saudades das raízes portuguesas.
A linguagem cuiabana nunca deve ser motivo para críticas, pois quem a ouve hoje é um privilegiado, sentindo a manifestação de séculos e da soma de ricos valores dos portugueses, dos índios e dos negros”.
Da linguagem cuiabana
Da linguagem cuiabana
Nascido em Crato, no Cariri berço do povoamento da Capitania do Ceará que foi criado antes mesmo da Capitania do Mato Grosso, Pedro Rocha Jucá acaba de concluir seu livro virtual sobre o linguajar cuiabano. Ele diz que as origens do modo que se fala aqui e em sua terra natal são semelhantes. “Nas minhas pesquisas, encontrei um alto índice de palavras semelhantes ainda em uso nos atuais Estados. Mas aqui em Mato Grosso, o isolamento geográfico produziu uma riqueza tão valiosa quanto ao ouro, ao diamante, às pedras preciosas: uma linguagem que desafia os séculos. As minas se esgotam, mas a riqueza cultural de um povo é enriquecida de geração em geração. Com o livro ‘Da linguagem cuiabana’ destaco tudo isto e fico feliz em participar desse processo, que ainda continua”.
Você já ouviu falar em camarinha ou em digoreste? Não? Então confira algumas palavras do linguajar cuiabano:
Camarinha = Quarto de dormir
Agora, de que será? = Não pode ser!
Digoreste = Muito bom, legal, da melhor qualidade
Pau rodado = Pessoa de outra cidade que vem para Cuiabá "
Você já ouviu falar em camarinha ou em digoreste? Não? Então confira algumas palavras do linguajar cuiabano:
Camarinha = Quarto de dormir
Agora, de que será? = Não pode ser!
Digoreste = Muito bom, legal, da melhor qualidade
Pau rodado = Pessoa de outra cidade que vem para Cuiabá "
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