(SUGESTÃO DE TEMA PARA DEBATE NA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2012)
Mulheres podem ser mais vulneráveis à dependência de substâncias químicas
Por Emily Anthes
Por muito tempo a dependência química tem sido considerada uma doença masculina. Aspectos culturais e sociais que propiciavam o acesso dos homens ao álcool e às drogas levaram a crer que eles são muito mais propensos a usar esses produtos.
Em parte por esse motivo, há décadas as pesquisas sobre o assunto excluíam mulheres. Consequentemente, sabe-se hoje bem menos sobre a drogadição feminina, e, na prática, os programas e centros de tratamento raramente são voltados para as necessidades.
Bem pouco foi considerada, por exemplo, a influência da variação hormonal no sucesso (ou fracasso) do processo de recuperação. No entanto, há sinais de que a predominância de estudos com voluntários homens tenda a diminuir, já que o uso de bebidas e substâncias ilícitas se tornou socialmente mais aceitável tanto por adolescentes quanto por mulheres adultas. Segundo estudo de 2008, desenvolvido pelo psiquiatra Richard A. Grucza, da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, é na população feminina que o uso de bebidas e drogas mais tem aumentado.
Em uma inversão das tendências predominantes no passado, adolescentes estão agora experimentando maconha, álcool e cigarros em índices mais elevados que os garotos, de acordo com os recentes resultados de uma pesquisa realizada pelo National Survey on Drug Use and Health (NSDUH), nos Estados Unidos. O estudo mostra que o uso geral de drogas ilícitas entre as moças aumentou em torno de 6% em 2007 e 2008, enquanto o índice para os jovens do sexo masculino caiu cerca de 10%.
Além disso, uma literatura cada vez mais consistente sobre a dependência do sexo feminino mostra que as mulheres apresentam características bastante específicas. De forma singular, elas podem ser particularmente vulneráveis ao uso de substâncias que criam dependência e aos seus efeitos, pois os hormônios sexuais femininos afetam diretamente os circuitos de recompensa do cérebro, influenciando a resposta a drogas. Felizmente, alguns estudos já apontam para novos tratamentos para a toxicomania, além de fornecer informações práticas para as pessoas empenhadas em abandonar o uso.
Emily Anthes compartilha via Mente e Cérebro]
Fonte: http://www.portalpsico.com.br/portalmag/?tag=psicologia-da-saude
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