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sábado, 23 de outubro de 2010

A DESCOBERTA DO SER


Celina Missura


RESENHA
ROLLO MAY, A descoberta do Ser, Rio de Janeiro, Rocco, 1993. 199 p.

ROLLO May - teólogo e psicanalista, nasceu em Ohio, Estados Unidos, em 1909. Formado pelo Oberlin College em 1930, doutor da Universidade de Columbia, professor das Universidades de Harvard, Princeton e Yale. Rollo May tem uma vasta obra publicada no mundo inteiro. Nela se incluem entre outros, A Coragem de Criar, O Homem à Procura de Si Mesmo, Psicologia e Dilema Humano, Poder e Inocência, Liberdade e Destino.

Rollo May, procura compreender o homem que a partir da metade do século XIX se caracteriza fragmentado emocional, psicológico e espiritualmente, tanto numa dimensão cultural como individual.


As escolas psicológicas já existentes resistiram ao surgimento da psicoterapia existencial, mesmo assim o autor não se intimidou e continuou seu objetivo que era redescobrir a pessoa humana devolvendo-lhe a consciência, autoconsciência e a percepção da sua realidade.


O autor se propõe na Obra a ser existencial e a falar diretamente da sua experiência pessoal como terapeuta psicanalítico praticante.


Aprofundou a questão sobre o significado da ansiedade e nesta questão fez um paralelo entre Freud (problema da ansiedade) e Kierkegaard (conceito da ansiedade): Freud aborda o assunto num nível técnico e Kierkegaard num nível existencial e ontológico, redescobrindo assim a natureza e a imagem do ser humano.


May no decorrer do texto vai resgatando conceitos psicológicos como, por exemplo, transferência, repressão, inibição, ansiedade e vai dando um enfoque existencial, situando suas descobertas sobre novas bases, dando novo enfoque, nova compreensão, redescobrindo assim, a natureza e a imagem do ser humano.


Em relação à questão da transferência Rolly May procura ajuda na fenomenologia para entender mais profundamente o que de fato ocorre durante a relação terapêutica, voltando inteiramente sua atenção para entender o paciente real com seus sentimentos - pessoa existente - com necessidades de preservar a centralidade em sim mesma, a auto-afirmação e poder assim, comunicar-se com os outros seres humanos sem correr o risco de perder a própria identidade, preservando a sua consciência, autoconsciência e percepção.


Quando estas características sofrem alterações, segundo Rollo May, temos um paciente perturbado, que desenvolve a neurose - bloqueio da consciência -


A teoria existencial resgata o conceito sobre o homem a partir do movimento fenomenológico.


O surgimento do enfoque existencial desenvolveu-se espontaneamente numa época de crise cultural, em várias partes da Europa, como uma resposta na busca de compreender a estrutura da existência humana.


Rollo May centraliza sua teoria na pessoa humana e desenvolve uma abordagem existencial .


A Obra parece-me bastante científica, técnica e dirigida para especialistas da área de psicologia, contribuindo assim para o aprofundamento da Psicologia Existencial.


O estilo da Obra é objetivo, coerente, numa linguagem técnica e filosófica.



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