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sábado, 12 de abril de 2014

0 ESPAÇO SAGRADO





O Espaço Sagrado e Litúrgico

Pe. Enrique Illarze,oasb.

I. - Conceitos básicos – Uma aproximação teológica.

A história da humanidade nos diz que, sempre têm existido lugares onde a presença do Sagrado é especialmente forte e onde os seres humanos tem tido a possibilidade de se comunicar e relacionar com ele, através da oferenda, a oração e a propiciação, sentindo-se 
assim próximos do Mistério. Esses lugares estavam primeiro na natureza: montanhas, fontes, árvores, pedras e depois foram edificados em seu entorno ou sobre eles, edificações que continham elementos representativos ou simbólicos sacros e nos quais a presença física 
do divino (imagem, símbolos cúlticos), era de especial relevância. Os Espaços Sagrados tem então a característica de serem LUGARES DE ENCONTRO entre o humano e o divino, nas suas diferentes formas. Nós, cristãos, damos a essa realidade transcendente e 
misteriosa o nome de Deus, nosso Criador e Pai, onipotente e onipresente, que se revela e quer se comunicar conosco. Por isso reservamos certos lugares onde realizar, de forma privilegiada, mas não única, nossa comunicação e relacionamento com Ele, e damos aos 
mesmos o nome de “Templos” ou de “Igrejas”. Eles não se identificam pela presença física do Divino, mas pela celebração do mistério que neles acontece.

II. - Templo ou Igreja? 

Ambos os termos são usados como sinônimos, ainda que não o sejam. É bom saber por que seria preferível usar a palavra TEMPLO para designar o edifício ou lugar que define o 
espaço pública e exclusivamente dedicado ao culto de Deus. A palavra IGREJA designa algo mais grande e profundo do que a mera edificação física. 

Originariamente, a palavra grega ekklesia significava a reunião ou assembléia dos cidadãos, e só por extensão passou a 
designar o lugar da mesma. Para os cristãos é essa ação de se reunir o que define o espaço como sagrado, o lugar da presença de seu Mestre e Salvador: ”Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu Nome, eu estou no meio deles” (Mt. 18,20). Seus seguidores 
somos convocados, semanalmente, no dia da sua Páscoa, para fazer memória de Ele, e assim reunidos, ser as “pedras vivas”, que integram o “Templo”, conforme as palavras de Pedro (1 Pe. 2,5) e Paulo (1Cor. 3,17). Falamos então que os cristãos UNIDOS pelo 
Espírito Santo constituem o Corpo Místico de Cristo, isto é, a Igreja propriamente dita. 

Por isso, Jesus é o verdadeiro “lugar” do culto cristão, seu “Templo”, e doravante, o culto estará ligado a Ele: “mas Ele falava do Templo de seu corpo” (Jô, 2, 21), pois pela Encarnação divina, a humanidade de Jesus é o lugar da presença e da manifestação de Deus no meio de toda a Criação.

Todavia, e pelas suas limitações, o ser humano precisa expressar sua adoração servindo-se da materialidade do próprio corpo e criando, com suas mãos e inteligência lugares onde através da beleza e harmonia das ações neles desenvolvidas se expressem a Beleza e 
Bondade divinas, e possam se tornar espaços sagrados de culto, de “Encontro” com o mistério de Deus. Por todas estas razões preferimos usar o termo “templo” para nos referir à estrutura física (ex.: o templo da Catedral ou da Paróquia) e reservar “Igreja” para os 
1cristãos reunidos ou para a Instituição (ex.: a Igreja Episcopal Anglicana; a Igreja local 
reuniu-se em Concílio).

continuação do artigo em

http://centroestudosanglicanos.com.br/bancodetextos/arte/o_espaco_sagrado_e_liturgico.pdf

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