CUIABÁ EM POESIA
Algumas EXPRESSÕES REGIONAIS por Antônio Arruda:
Sobre a poesia mato-grossense, escolhemos os principais versos em homenagem a Cuiabá como tema único. Foram relacionados alguns nomes que têm condições de representar todos os poetas de Mato Grosso, das mais diferentes escolas literárias. O maior nome da poesia mato-grossense é Dom Francisco de Aquino Corrêa. Ele dedicou à sua terra natal o soneto "Cuiabá", a "cidade legendária", "que tem o pedestal de ouro ofuscante". E depois conclui: "O teu futuro está profetizado/ Fostes a cidade de ouro no passado,/ És a Cidade Verde da esperança". Mas, é em "Cidade Verde" que ele chega ao ponto máximo da sua devoção à terra em que nasceu:
"Sob os flabelos reais de mil palmeiras,
Tão verdes, sobranceiras,
És linda como alhures não as há.
Sobre alcatifas da mais verde relva,
Em meio à verde selva,
Eis a "Cidade Verde", Cuiabá!
Guardam-na, frente a frente, quais gigantes,
Eternamente amantes,
Os seus dois morros, e tão verdes são
Que até refletem pálidos verdores
Nos lares sismadores
Que enchem do vale a plácida mansão.
Muitas vezes, na amplidão do céu ridente,
Que tão maciamente,
Sobre a curva do cérulo matiz,
Passa a nuvem dos verdes periquitos,
Gárrulos e infinitos,
Quais chusmas de esperanças infantis.
Passa!...e na calma do horizonte verde,
Que além do azul se perde,
Ela adormece ao ósculo fugaz
Do verde rio lânguido, que a esfrola,
Cantando a barcarola
Infinita dos beijos e da paz.
Salve meu verde ninho, onde, primeiro,
Contemplei o Cruzeiro
E as alvoradas álacres dos sóis!
Tu tens a cor das oliveiras mansas,
Das meigas esperanças
E das láureas eternas dos heróis!
Na tua verdejante flora rude,
Eu canto a juventude
Perpétua dos maternos ubres teus,
E sonho essa visão esmeraldina,
Que se nos descortina
No livro santo, quando pinta os céus.
Como tu, não tem, não, tantas grinaldas
De vivas esmeraldas.
A Úmbria verde, que nem a verde Erin;
Mais rica do que o fúlvido Eldorado,
Tens o encanto sagrado
De uma Canaã melíflua para mim.
Não há tesouro, que teu preço iguale!
Tudo o que mundo vale,
A par de ti, em lodo vil se esvai;
Pois tens o que há de mais sagrado e terno,
O túmulo materno
E esses cabelos brancos do meu pai!
Quem dera, ó Deus, que à luz da tua face,
Minha alma retornasse.
Como batel que volve ao seu fanal,
Embalada nas virides bonanças.
Desse mar de esperança,
Em que se banha o meu torrão natal!
Quero dormir à sombra da verdura
Da Pátria, numa pura
Região de Primaveras imortais,
Onde paire, qual plácida e infinita
Flor, essa cruz bendita
Da religião divina dos meus pais!
E quando, livre, pelo azul infindo,
For minha alma subindo,
Possa ela ainda contemplar, meu Deus,
As verdes palmas dos gentis coqueiros,
Como dedos fagueiros,
A dar-lhe, trêmulas, o extremo adeus!
Salve, cidade verde! A ti, meu berço,
Melhor do que o universo,
Eu de saúdo ao ósculo fugaz
Do rio verde-negro, que esfrola,
Cantando a barcarola
Infinita dos beijos e da paz"!
Tão verdes, sobranceiras,
És linda como alhures não as há.
Sobre alcatifas da mais verde relva,
Em meio à verde selva,
Eis a "Cidade Verde", Cuiabá!
Guardam-na, frente a frente, quais gigantes,
Eternamente amantes,
Os seus dois morros, e tão verdes são
Que até refletem pálidos verdores
Nos lares sismadores
Que enchem do vale a plácida mansão.
Muitas vezes, na amplidão do céu ridente,
Que tão maciamente,
Sobre a curva do cérulo matiz,
Passa a nuvem dos verdes periquitos,
Gárrulos e infinitos,
Quais chusmas de esperanças infantis.
Passa!...e na calma do horizonte verde,
Que além do azul se perde,
Ela adormece ao ósculo fugaz
Do verde rio lânguido, que a esfrola,
Cantando a barcarola
Infinita dos beijos e da paz.
Salve meu verde ninho, onde, primeiro,
Contemplei o Cruzeiro
E as alvoradas álacres dos sóis!
Tu tens a cor das oliveiras mansas,
Das meigas esperanças
E das láureas eternas dos heróis!
Na tua verdejante flora rude,
Eu canto a juventude
Perpétua dos maternos ubres teus,
E sonho essa visão esmeraldina,
Que se nos descortina
No livro santo, quando pinta os céus.
Como tu, não tem, não, tantas grinaldas
De vivas esmeraldas.
A Úmbria verde, que nem a verde Erin;
Mais rica do que o fúlvido Eldorado,
Tens o encanto sagrado
De uma Canaã melíflua para mim.
Não há tesouro, que teu preço iguale!
Tudo o que mundo vale,
A par de ti, em lodo vil se esvai;
Pois tens o que há de mais sagrado e terno,
O túmulo materno
E esses cabelos brancos do meu pai!
Quem dera, ó Deus, que à luz da tua face,
Minha alma retornasse.
Como batel que volve ao seu fanal,
Embalada nas virides bonanças.
Desse mar de esperança,
Em que se banha o meu torrão natal!
Quero dormir à sombra da verdura
Da Pátria, numa pura
Região de Primaveras imortais,
Onde paire, qual plácida e infinita
Flor, essa cruz bendita
Da religião divina dos meus pais!
E quando, livre, pelo azul infindo,
For minha alma subindo,
Possa ela ainda contemplar, meu Deus,
As verdes palmas dos gentis coqueiros,
Como dedos fagueiros,
A dar-lhe, trêmulas, o extremo adeus!
Salve, cidade verde! A ti, meu berço,
Melhor do que o universo,
Eu de saúdo ao ósculo fugaz
Do rio verde-negro, que esfrola,
Cantando a barcarola
Infinita dos beijos e da paz"!
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