Display

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Gravidez e Medicamentos (psicotrópicos)

(Foto: noticias.r7.com)
Fonte: http://www.psiqweb.med.br
É comum o médico, parente ou amigo bem intencionado aconselhar a grávida que sofre emocionalmente a tomar um calmante natural ou a fazer alguma terapia. Palpite infeliz: primeiro, está bastante comprovado que "calmantes naturais" têm muitos efeitos colaterais, além de acanhados efeito terapêutico, se tiver. Segundo, existem várias linhas de terapia e indicações precisas sobre qual delas é a melhor para cada caso.

Em muitos casos, a depressão na gravidez pode ser muito mais prejudicial à mãe e ao feto do que a medicação psiquiátrica em si. A liberação por um longo período de cortisol, o hormônio do estresse, pode causar descolamento de placenta, hemorragia, hipertensão gravídica e outros males à mãe e ao feto. Há suspeitas, hoje em dia, que os bebês de mães que tiveram depressão na gestação podem apresentar déficit de atenção mais tarde. O uso de antidepressivos durante a gestação, quando indicados, proporciona muito menos males que a própria depressão.

Embora na década de 80 a depressão fosse diagnosticada em apenas 5% das gestantes, número atual desse problema vem aumentando exponencialmente nas últimas décadas. Hoje já se fala que a depressão afeta 20% das grávidas no mundo e, conseqüentemente, também é grande o número de mulheres que desenvolvem a depressão pós-parto. Para esse expressivo grupo e na maioria dos casos os tais "calmantes naturais" não adiantam nada. Quem defende seu uso na gravidez como único possível pode estar cometendo um grave erro por omissão.

Omissão é também praticada pelo profissional ou parente ‘bem intencionado’ que recomenda, com ares de sabedoria, “não se consumir nenhum medicamento durante a gravidez e lactação”. Geralmente pessoas assim não têm a mais pálida idéia da classificação de riscos que se enquadram os medicamentos em questão. Também não têm nenhum conhecimento sobre qual época da gestação “não se deve consumir nenhum medicamento”. Sabem menos ainda sobre a porcentagem da substância que atravessa a placenta ou aparece no leite materno, finalmente, é possível que essas pessoas não saibam responder de onde tiraram as informações sobre medicamentos e gestação.

Depois de exaustivas pesquisas a FDA, órgão norte americano que regula o uso dos medicamentos e fiscaliza os alimentos, o estabeleceu uma classificação dos medicamentos, pela gravidade e riscos, que podem ser usados durante a gravidez. Foram estabelecidas cinco categorias (A, B, C, D e X). Grande parte dos antidepressivos é classificada nas categorias B e C, embora não haja nenhum medicamento isento de riscos.

Os pesquisadores vivem avaliando e reavaliando o uso de substâncias durante a gravidez. A doutora Kimberley Yonkers, coordenadora de um programa da Associação Americana de Psiquiatria sobre esse problema, disse categoricamente que a depressão na gestação continua sem tratamento adequado por causa das preocupações mal informadas com a segurança do bebê, o que considera um grave um erro.

A gravidez é um momento de importante mudança emocional para a mulher, havendo um grande aumento do estresse e da ansiedade. Com freqüência a medicação psicotrópica adequada pode ser indispensável para o tratamento desses transtornos (McGrath, 1999), a despeito de a paciente estar grávida.

De modo geral, o tratamento dos distúrbios psiquiátricos em curso durante a gravidez pode apresentar dilemas difíceis, envolvendo sempre uma análise cuidadosa dos riscos e dos benefícios do tratamento. Por isso o intercâmbio continuado entre obstetras e psiquiatras deve ser incentivado fortemente a fim assegurar o melhor resultado possível para a mãe e para o bebê.



Artigo completo em:


http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=140

Nenhum comentário: