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quarta-feira, 29 de maio de 2013

OS MISTÉRIOS DO CORPUS CHRISTI

Os mistérios do Corpus Christi

'A ciência moderna, com toda a sua tecnologia, consegue apenas reafirmar o que a fé já nos dizia'


(FONTE DO TEXTO - http://www.domtotal.com/noticias/613368

O pão e o vinho: corpo e sangue de Cristo

Por Evaldo D´Assumpção

No próximo dia 30 de maio, a Igreja Católica comemora, no mundo inteiro, a festa de Corpus Christi. Sua origem é relacionada com um fato extraordinário, acontecido no século XIII, na cidade de Bolsena, na Itália. Ali, um padre chamado Pedro de Praga vivia uma enorme dúvida de fé, não acreditando na transubstanciação do pão e do vinho (transformação no corpo e no sangue de Cristo). Celebrando num dia de muitas dúvidas, ao elevar a hóstia essa começou a sangrar, e tão abundantemente que encharcou a toalha sobre o altar, escorrendo pelo chão. Tomando conhecimento do fato, o papa Urbano IV ao ver a hóstia e os panos embebidos em sangue, exclamou "Corpus Christi!" O Corpo de Cristo!  E no ano seguinte proclamou a festa, determinando a Tomás de Aquino que organizasse a liturgia própria. Ainda hoje é possível ver-se a hóstia e os panos marcados pelo misterioso sangue. Que 800 anos passados, não se alteraram.

Mas esse não é o único "milagre eucarístico" conhecido. Um outro data de 1330 e ocorreu na cidade de Casia, onde um sacerdote foi chamado a levar a sagrada comunhão a um moribundo. Apressado e sem a menor cerimônia, colocou a hóstia consagrada dentro de seu breviário. Chegando à casa do doente teve enorme surpresa ao abrir seu livro de orações: a hóstia estava empapada de sangue, que manchava  as folhas do livro. Até hoje pode-se ver, naquela cidade, a página contendo a hóstia nela grudada pelo sangue, exposta em belo ostensório.

Porém o mais impressionante desses milagres aconteceu na cidade de Lanciano, às margens do mar Adriático, onde teria vivido Longino, o soldado que golpeou o lado de Cristo crucificado. Daí o nome atual da cidade.

No século VIII, um monge da ordem Basilicana vivia dolorosa crise de fé na transubstanciação. Celebrando a missa diante de uma multidão, ao elevar a hóstia na consagração experimentou enorme drama de consciência, pois acreditou estar enganando aquele povo. Nesse momento, sentiu uma modificação na hóstia que elevava, e olhando para ela verificou, com enorme espanto, que grande parte do pão havia se transformado em carne. E o vinho que estivera no cálice, apresentava-se agora como grumos de sangue coagulado.

É fácil imaginar o que se passou então com aquele sacerdote. Imediatamente foram guardados a hóstia – parte pão e parte carne entranhados um no outro – e o sangue coagulado. E, por serem desconhecidos naquela época, não se usou nenhum meio de conservação para guardá-los.

Em 1713, transferiram a hóstia-carne para um belo ostensório de prata e o sangue para um cálice de prata, que hoje podem ser visitados naquela cidade italiana. Onde em 1996 tive a rara felicidade de estar, exatamente na data em que se festejava o Corpus Christi. Além da contemplação daquele fantástico milagre eucarístico, participei da santa missa, recebendo a sagrada comunhão juntamente com um grupo de peregrinos brasileiros.

Lá aprendemos que, nos anos 1970 e 1971, o professor Odoardo Linoli, catedrático de Anatomia e Histologia Patológica e Química e Microscopia Clínica, associado ao professor Ruggero Bertelli, ambos da Universidade de Siena, foram autorizados a examinar a carne e o sangue. Depois de minuciosos estudos de pedaços da carne e reações químicas no sangue, chegaram às seguintes conclusões:

1) A carne é verdadeiramente carne, sem qualquer processo de conservação, mas sem apresentar qualquer sinal de decomposição. Trata-se de músculo cardíaco humano, retirado com perfeição de um coração vivo. O que era também surpreendente, pois as dissecações com cortes tão precisos, somente tiveram início no século XIV.  Ao exame microscópico, encontram, inequivocamente, elementos do miocárdio e do endocárdio, partes anatômicas do coração. Artérias, veias e nervos também foram claramente individualizados no tecido examinado.

2) O sangue, do tipo AB (igual ao que está presente no Santo Sudário de Turim!), é o mesmo dos fragmentos da carne. As proteínas e substâncias químicas, cloretos, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio, encontradas pelos exames de cromatografia e eletroforese, são de sangue humano retirado de uma pessoa viva e mantendo todas as proporções de sangue fresco.

3) Não há explicação natural plausível para a conservação desses tecidos por quase 1.200 anos, principalmente por não ter sido usado qualquer método de preservação conhecido.

Diante de tais conclusões, ficamos, uma vez mais, na amorosa perplexidade diante de coisas que a ciência moderna, com toda a sua tecnologia, consegue apenas reafirmar o que a fé já dizia, sem nunca conseguir contradizê-la.

Como médico, tive a oportunidade de ver todo o material utilizado para os exames, inclusive trazendo comigo as fotos das biópsias feitas. E, uma vez mais, tivemos confirmada a nossa fé. Que não depende do extraordinário para existir ou crescer, pois se verdadeira, ela dispensa os milagres. Todavia, sem dúvida se sente confortada por todas essas coisas extraordinárias!  

 
*Evaldo D'Assumpção é médico e escritor.

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