Cúpula dos Povos na Rio+20: rumo ao documento final
Ontem (19) à tarde aconteceu a 1ª Assembleia no território da Cúpula dos Povos. O objetivo do encontro foi o de compilar todas as causas estruturais da crise mundial e apontar as falsas soluções sugeridas pelo governo e pelas corporações. A síntese do que foi discutido durante as plenárias que aconteceram no domingo e na segunda-feira vai servir para guiar o documento final da Cúpula.
Outros apontamentos foram as questões da privatização da educação, a concentração dos meios de comunicação e a violência e violação dos direitos humanos, como é o caso da Palestina e de Honduras, por exemplo. Finalmente, acredita-se que a real democracia inexiste, por conta de todos os problemas citados. E é justo nesse momento que se precisa decidir, com responsabilidade, os rumos que os povos querem para o mundo.
A saída proposta, então, pelo alto escalão, seria a Economia Verde, uma falsa solução que só serviria para sustentar ainda mais o poder hegemônico das organizações e do Estado, que exercerão o controle sobre os recursos naturais e humanos de forma cada vez mais insustentável e exploratória. Para Sandra Quintela, uma das líderes da plenária, a Economia Verde "agrava as desigualdades de gênero e agride o meio ambiente".
As questões do alimento, sua posse e seguridade foram debatidas na plenária 3. A estrutura do problema apresentada foi a aliança promovida entre as corporações e o agronegócio. Corporações estas, que não estão sujeitas a uma regulação séria, que puna as empresas de acordo com as infrações cometidas. Essa falta de abrangência da Lei, faz com que as empresas degradem de forma absurda e sem limites, já que sabem que suas faltas não receberão as sanções devidas.
Outros problemas apontados que complicam a obtenção da soberania alimentar por parte dos indígenas, camponeses e famílias seriam: a expansão da monocultura, a concentração de terra e os impactos causados sobre o meio ambiente.
Uma lembrança feita durante a Assembleia é que o modelo do agronegócio é depredatório, já que possuí alto consumo de de energia, com origem nos combustíveis fósseis, para mantê-lo em funcionamento. E este é o principal contribuinte para a crise climática. Tudo isso já é um grande problema, sem falar nas doenças, proveniente dos agrotóxicos, que acometem os trabalhadores e enfraquecem a força de trabalho no campo. Para Claudia Jerônimo, da Guatemala, que discursou em função da Segurança Alimentar, a legislação não beneficia os trabalhadores do campo. " As leis estão mudando em favor das grandes corporações e não em favor dos povos", desabafa.
A plenária 5 tratou a questão do trabalho. contou com a presença de mais de 400 pessoas, vindas de 35 países. De acordo com Sara Moreira, que discursou em favor do tema, a situação em que se encontra o trabalho é um problema de ordem "estrutural, política, econômica, social, cultural e ambiental" e o principal vilão da precariedade das condições trabalhistas é o capitalismo que está, segundo ela, "apelando" por conta da crise e se baseando na Economia Verde como uma (falsa) solução para os problemas enfrentados.
Alguns pontos foram abordados como os principais para a intensificação exploratória sobre os trabalhadores: aprovação de acordos voltados para a manutenção do agronegócio acaba por diminuir as possibilidades de reforma agrária e afeta diretamente o trabalho no campo para alguns povos; a divisão sexual do trabalho e o neoliberalismo que permite alta lucratividade para mercados específicos. "Esse sistema (o capitalismo) ultrapassou os limites da natureza e os sinais desse esgotamento já estão chegando", concluir Sara.
A convergência dos temas e as conclusões que foram obtidas através das plenárias vão colaborar para a formação do documento final da Cúpula dos Povos, ao final do encontro, ainda no fim desta semana.
Fonte: www.cupuladospovos.org.br
2 comentários:
Acho que a Rio+20 é uma ótimo forma de ajudar a Terra, com a diminuição de lixo e poluição. Estamos em uma fase preocupante, porque esse ano, várias pessoas se perguntam "Será que o planeta Terra aguentará 7 bilhões de pessoas???". Então, esse evento ajudará nossas vidas em relação a isso.
Fernanda P. M. Gil- 7° ano, n°4
A Rio+20 é um evento muito importante,pois o futuro de nosso planeta depende dele.Mas o pior de tudo é saber que por mais que tentamos nunca vamos conseguir ter um mundo tão bom como antes,nós não podemos ressuscitar os animais instintos,nem reconstruir a camada de ozônio mas nós ainda podemos parar de destruir,e é isso q a rio +20 tenta fazer,arranjar jeitos de parar de destruir o que resta de nosso planeta.
Camilla D. Silva 7°ano,n°3
Postar um comentário